A vivência no exterior tem animado jovens

18:12 Edit This 0 Comments »
Por Flávia Passos Leite

"O intercâmbio me ajudou a aprender a lidar com as diferenças e com minhas emoções, além de ter me proporcionado conhecer pessoas maravilhosas. Outro grande benefício de ter participado do programa foi adquirir fluência no Inglês", afirma Andreza Bartilotti, 22 anos, estudante de medicina.
A jovem morou nos Estados Unidos na casa de uma família voluntária durante 10 meses, enquanto cursava o 2º ano do Ensino Médio. "Eu tinha muita vontade de dominar uma língua estrangeira e sabia que um intercâmbio é um grande diferencial na hora de se conseguir um emprego. Além disso, queria entrar em contato com outra cultura", afirma Bartilotti. Participar de um programa é o sonho de muitos brasileiros. Eles vão em busca de um aperfeiçoamento pessoal ou profissional e se sentem realizados com os resultados.
De acordo com a Belta – Brazilian Educational & Language Travel Association, empresa que reúne as principais instituições brasileiras que trabalham nas áreas de cursos, estágios e intercâmbio no exterior, no ano de 2005, aproximadamente 54.6 mil brasileiros, na faixa de 18 a 30 anos, optaram por uma dessas iniciativas, 30% mais que os 42 mil estudantes que embarcaram em 2004 e os 35 mil em 2003.
O programa
de High School, Ensino Médio, é um dos mais procurados por jovens entre 14 e 17 anos. Os "mini-embaixadores", como são chamados os participantes deste programa, moram 5 ou 10 meses em outro país enquanto cursa uma série ou metade dela. Eles convivem com famílias nativas ou moram dentro das próprias escolas, se forem para colégios particulares. Assim, há uma troca cultural. Os intercambistas aprendem sobre um estilo de vida diferente e os nativos aprendem sobre o Brasil, por isso o nome "mini- embaixadores".
O destino mais procurado para o programa de High School são os Estados Unidos. Segundo Dinara Cavalcanti, 67 anos, que já enviou em torno de 600 brasileiros ao exterior pelo programa de High School e atualmente é sócia da filial da agência de intercâmbio Student Travel Bureau – STB, localizada no Itaigara, essa grande procura se deve ao fato de que os programas americanos são mais baratos. "Tudo começou após a II Guerra Mundial. Era uma forma de trazer jovens dos países destroçados para verem a cultura e usufruírem das escolas do governo".
O ano de High School nos Estados Unidos custa em média US$7.150, o equivalente a R$16.731. Já quem vai a Austrália investirá AU$25.787 – R$45.308. O investimento será maior se os intercambistas optarem pela Suíça. Se a escolha for a escola internacional Leysin, localizada na região francesa do país, o preço fica em torno de CHF$72.000 – R$151.972.
Outro forma de intercâmbio bastante procurada por pessoas de várias idades é o curso de idioma no exterior. É uma forma de aprender e conhecer uma nova cultura. Segundo a gerente da filial da STB no Itaigara, Madja Albuquerque, tanto jovens quando adultos procuram este tipo de programa para ter uma vivência internacional, além do aperfeiçoamento profissional e pessoal. "Muitos não puderam estudar o idioma quando pequenos, por isso aproveitam a oportunidade quando amadurecem", explica.
Experiência – George Barbosa, 23 anos, administrador, participou de um curso de um mês no Canadá para aperfeiçoamento da língua para utilização profissional. "Conhecimento e cultura são coisas que ninguém tira da pessoa. Uma viagem como esta proporciona uma visão de mundo diferente, um aprendizado constante e uma experiência inigualável. O aprendizado da língua torna-se mais eficiente e, por vezes, imperceptível; portanto, sinto mais facilidade de comunicação o qual auxilia nas minhas atividades profissionais".

Maria Clara Pires e George Barbosa - Canadá

Um dos países muito procurados para cursos é a Inglaterra. De acordo com Madja isso se deve ao fato do país ter uma tradição com o ensino do idioma, além da pessoa poder trabalhar enquanto estuda. O Canadá é outro destino favorito de brasileiros. Segundo o Centro de Educação Canadense (CEC) Brasil, organização que divulga o Canadá pelo mundo, no ano de 2006, foram emitidos para estudantes brasileiros 11,956 vistos. Estima-se que em 2007 mais de 15 mil brasileiros foram ao Canadá com propósito de estudos.
Vantagens – Segundo Madja o intercâmbio "auxilia o desenvolvimento da capacidade de se adaptar a mudanças, do amadurecimento, da responsabilidade; aumenta a oportunidade na carreira e enriquece o currículo, além de ser fundamental para quem quer aprender enquanto se diverte, conhecendo pessoas do mundo todo".
Uma grande vantagem de uma viagem estudantil ao exterior é o contato direto com a cultura local. A dentista Maria Clara Pires, 23 anos, foi ao Canadá com seu noivo, George Barbosa, para aprimorar seu nível de inglês e pôde observar vários aspectos culturais do país. "Tudo e bastante organizado, o serviço público é igual para todos e funciona muito bem. Todas as pessoas têm acesso aos serviços básicos. Qualquer coisa que a pessoa faça errado recebe uma multa, como por exemplo, jogar lixo na rua, atravessar o sinal vermelho para pedestre", afirma.
Os benefícios de uma vivência internacional são grandes e os que podem participar de um programa se sentem diferentes após o retorno ao Brasil. "Sinto-me mais amadurecido depois dessa experiência, passei a enxergar muitas coisas com outro olhar. Aprendi a me virar sozinho, a ouvir e obedecer, controlar a emoção, fazer amizade com pessoas diferentes, ser mais solidário", afirma Breno Rocha, "mini-embaixador" do Brasil nos Estados Unidos.
Agências – Segundo a Belta existem cerca de 50 agências de intercâmbio no Brasil. Izabel Maia, sócia da ELC Intercâmbio, localizada em Recife, afirma que "é indiscutível o papel importantíssimo que a agência de intercâmbio tem nesta experiência do aluno. É esta quem intermedia, prepara e oferece apoio aos intercambistas e familiares".

Chuvas causam transtornos em Salvador - depoimentos

17:40 Edit This 0 Comments »
Por Flávia Passos Leite

Agitação, destruição, desabamento, morte, congestionamento. Tudo isso aconteceu em Salvador nos dias 5 e 10 de maio de 2009. "Saí do trabalho às 16h e passei quase 3 presa em um engarrafamento na Sete Portas. Eu dormia e acordava e o ônibus não saía do lugar, sem contar que estava abafado, já que as janelas estavam fechadas. Cheguei em casa cansada", desabafa Nildes Lizard, 38 anos, cozinheira.
Em apenas 10 dias de maio o índice pluviométrico ultrapassou o previsto para todo o mês em algumas áreas da cidade. O bairro de Paripe foi um dos mais afetados. A explicação para a tragédia vivida pelos moradores desta localidade está no solo, de massapé, que se expande com a absorção da água. Uma faixa de terra de cerca de 500 metros de extensão por 1.200 de largura deslizou, destruindo ainda todo o sistema de esgotamento sanitário, derrubando postes de eletricidade, comprometendo o abastecimento de água e o fornecimento de energia elétrica.
Mas os que moram em bairros nobres também sofreram. O dia 5 de maio ficará guardado da memória de Milca Santos, 24 anos, moradora de Ondina. "Eu estava dando banho no meu filho Mikael, de 5 meses, em sua banheira na sala de estar, enquanto assistia a um desenho animado. Foi quando percebi algo gelado nos meus pés. Então, vi a água invadindo minha casa. Carreguei Mikael e sentei no sofá, esperando que tudo acabasse. A água entrou no quarto do bebê e eu corri para retirar os móveis e colocá-los em meu quarto, que não foi inundado. A máquina de lavar roupas ficou enferrujada e alguns móveis destruídos. Fiquei apavorada. Foi um dia muito ruim".
No Domingo, dia 10, o dia amanheceu ensolarado e muitas pessoas aproveitaram para dar um passeio, mas foram pegas de surpresa. Até o meio-dia a Defesa Civil registrou 83 pedidos de ajuda, sendo 50 referentes a deslizamentos de terra.
"Fui a casa de uma amiga no Calabetão. A chuva estava fraca e estava na hora de eu ir embora. No caminho para o ponto de ônibus a chuva aumentou e tudo escureceu. Não dava para enxergar quase nada. Depois de ter tomado dois banhos de lama, por causa de carros que passavam apressados, consegui pegar um ônibus. Estava cheio e as janelas fechadas. Quando cheguei no Ogunjá o engarrafamento começou, devido a um deslizamento de terra. Passei quase 1 hora no mesmo lugar. Então resolvi descer do transporte e ir a pé até a Federação. Cheguei em casa exausta e suja", conta Cristiane Silva, 30 anos, copeira.

Fonte sobre os dados técnicos: http://www.uai.com.br/UAI/html/sessao_7/2009/05/10/em_noticia_interna,id_sessao=7&id_noticia=109850/em_noticia_interna.shtml

Professores reprovados em exame e aprovados para ensinar

17:23 Edit This 0 Comments »
Por Flávia Passos Leite

Em dezembro de 2008 foi realizado em São Paulo, pela Secretaria Estadual de Educação, um exame para selecionar professores temporários para a rede pública de ensino. Cerca de 1.500 professores tiraram nota zero e outros 40 mil acertaram apenas metade das questões.
A Associação dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) entrou com um pedido de suspensão da avaliação alegando que havia erros de português e outras irregularidades, como provas sem lacres. A 13º Vara da Fazenda Pública concedeu uma liminar determinando que o resultado da prova não deveria ser contato para o critério de seleção, que também contava com outros quesitos.
A Secretaria de Educação afirmou que a avaliação foi legítima e não houve fraude, mas admitiu que existiram erros de português na prova de sociologia, o que não invalidaria o objetivo do exame. As aulas em São Paulo foram atrasadas em uma semana devido à polêmica. Após esse período os professores continuaram lecionando normalmente.
E o que toda essa situação mostra? Baixa qualidade no ensino de crianças e jovens do Brasil. Se os professores não estão qualificados para ensinar e os alunos não são instruídos corretamente a educação fica defasada. Nos estados brasileiros não são realizados concursos para professores de acordo com a necessidade. Existem menos cargos públicos criados por lei do que a demanda por docentes. E o que fazer? Deixar o povo sem aulas? A solução é contratar professores temporários para ocupar os cargos, mas estes não passam pelos mesmos critérios de seleção que os concursados. Assim o governo está tapando o sol com a peneira.
Não adianta ter apenas professores, mas sim que sejam capacitados, que possam auxiliar no crescimento pessoal das crianças e jovens, dando-lhes uma boa instrução para que venham a ter posturas e opiniões próprias e fazer bom proveito das oportunidades que surgirem em sua vida. Mas é aí que está o problema. Os governantes não querem que existam pessoas com opiniões próprias e sim, uma massa de manobra à qual eles possam impor qualquer lei ou situação e que aceitará sem questionar se é justo ou não.
As universidades devem capacitar melhor os professores e estes devem buscar o aperfeiçoamento constante. Isto não se pode negar. Mas o governo deve fazer sua parte e abrir mais concursos e contratar professores qualificados para o ensino. Assim, haverá um aumento da qualidade da educação que o povo recebe nas escolas, o que por sua vez ajuda a melhorar a qualidade de vida dos brasileiros e a desenvolver o Brasil.
Como fazer com que os governantes cumpram o que está escrito na Constituição? A sociedade deve se unir nessa tarefa e cumprir com sua obrigação que é de fiscalizar as ações do governo e pressionar para ter seus direitos garantidos.
O caso ocorrido em São Paulo é apenas uma situação ilustrativa do que acontece no Brasil. Os professores submetidos ao exame acreditam que não podem ser avaliados apenas por uma prova. Mas de que outra forma seriam? Esse caso serve para alertar a população que, mais uma vez, continua calada, apenas aceitando o que lhe é imposto.

Fonte de apoio:

A postura do jornalista

16:58 Edit This 0 Comments »
Por Flávia Passos Leite

Enquanto estão na faculdade todos os estudantes de jornalismo aprendem sobre os comportamentos éticos ou antiéticos através de debates e análises de situações diversas. Cada um pode tirar suas próprias conclusões acerca da postura de um jornalista. Uns acreditam que utilizar uma câmera escondida para obter informações para uma matéria não é antiético, mas sim necessário para ajudar a esclarecer um fato que alertará a população. Outros já pensam que esta atitude não é correta.
Após o período da graduação os profissionais de comunicação podem vivenciar o ambiente de trabalho e, então, passam a cumprir ordens do veículo em que está empregado. Há casos que envolvem escândalos de corrupção ou situações de fraude, como exemplo pode ser citada a venda de diplomas falsos em praça pública em vários lugares do Brasil. Nestes casos os falsificadores não mostrarão seu rosto para as câmeras. Seria, então, correto utilizar equipamentos escondidos para denunciar ou, até mesmo, comprar um diploma falso para comprovar? Os vendedores de diploma não saberiam que estavam sendo filmados e, portanto, não poderiam se defender. Mas se não houvesse uma denúncia concreta o Ministério Público não saberia que isso ocorre. Mas se o caso fosse levado primeiro ao MP e os jornalistas acompanhassem as autoridades na investigação, ainda assim o fato não seria esclarecido?
São debates éticos. Cada jornalista tem princípios morais e pensa sobre determinado assunto de uma forma diferente de outros da mesma profissão. Como dito anteriormente uns afirmam que algumas atitudes são válidas, já outros dizem que não ou cada um decide de acordo com a situação. Os que dizem que utilizar câmeras escondidas em uma situação não é legal podem dizer que em outros casos elas serão úteis.
Os jornalistas têm que cumprir com suas obrigações enquanto empregados de um veículo de comunicação e se subordinar a determinadas regras, mas deve, também, preservar seus valores mesmo que resulte em algo mais sério como perder o emprego. Um exemplo disso pode ser observado no filme Promessas de um Cara de Pau
(Swing Vote) - 2008, no qual a jornalista Kate Madison pensando em subir na carreira e trabalhar e um jornal de destaque acaba se deixando levar pelo que seu patrão diz. Ele queria que a repórter se aproximasse de Molly Johnson, a filha de Bud Johnson, para saber em quem ele votaria, já que os Estados Unidos só dependiam do seu voto para eleger o novo presidente. Kate, então, faz o que seu chefe manda e até utiliza uma câmera escondida. Ela descobriu algo que mudaria tudo: quem votou foi Molly e não Bud.
A jornalista tinha uma matéria quentíssima em suas mãos e sabia que aquilo a faria ganhar um emprego melhor, mas preferiu não contar a verdade. Ela sabia que aquilo acabaria com o sonho de Molly e mudaria o curso dos acontecimentos. Kate Madison seguiu seus princípios e fez o que considerou certo, afirmando que por um momento havia perdido sua essência. Resultado: a repórter não ganhou um emprego
melhor, mas assegurou a felicidade de muitos.
O jornalista que se preza só perde em ética se deixar de fazer o que acredita ser correto para obter prestígio dentro da profissão. Muitos desejam que seu nome seja conhecido e seu trabalho reconhecido em larga escala e fazem o que for necessário para isso. Não que eles sejam maus, mas acreditam que utilizar certos artifícios para ver seu trabalho ser comentado por muitos não é errado. Eles criam debates éticos e questionam a moral. Quem disse que programas jornalísticos sensacionalistas são antiéticos? Quem disse que apelar para a emoção exagerada não é válido? São questionamentos assim que muitos profissionais levantam.
A procura por audiência é um dos fatores que leva alguns jornalistas a tomar atitudes consideradas incorretas. Para eles não é. Cada situação deve ser analisada com cautela para que, assim, as pessoas possam concluir sobre o que é ético ou não.